sexta-feira, 22 de junho de 2007

Vírus TIM

Sou muito boa para reclamar das coisas. Faz parte do meu mundo ranzinza. Mas certas situações MERECEM a boca no trombone!!! Em duas semanas o meu celular simplesmente não teve sinal. Quando tem é aquele sinal precário com no máximo duas barrinhas...Isso pq eu moro praticamente no centro de São Paulo (!!!). Certo, talvez fosse problema do meu celular, correto? Não. As 3 meninas que dividem um apartamento comigo também estavam sem sinal de celular, uma até perdeu uma proposta de emprego por causa disso. No último sábado a mesma situação, com pessoas diferentes que eu acabara de conhecer. Sem sinal.

Liguei na TIM de noite, a resposta que me foi dada quando perguntei se havia algum problema com as antenas ou com a própria rede era que o meu celular podia estar com vírus (!!!). É isso? Só isso? O meu celular e a de todas as pessoas que eu conheço que tem TIM estão com vírus ao mesmo tempo? Sendo que ninguém baixa absolutamente nada no celular? Alguma versão medonha do antigo sasser pra mobile?

O que eu posso responder a isso? “Olha, essa foi a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi na vida”? Eu ligo pra Anatel (do orelhão) e pessoanta do outro lado concorda com isso, “pode ser vírus de celular”. Amigos, eu sei perfeitamente que não entendo muito dessa parte técnica, até corro atrás um pouco pra não me sentir tão inútil, mas por favor! Custava dizer que havia sim alguma deficiência de sinal? E que eles iriam realmente checar esse problema? Não precisava de uma mentira tão deslavada.

Cuidado com seus celulares, eles podem sofrer de um vírus arrebatador chamado TIM.

terça-feira, 19 de junho de 2007

E o Google não dá ponto sem nó

Ouvi dizer que a nova ação do Google será checar conteúdo com direitos autorais no youtube. Hummm...e que o teste começa com conteúdo da Disney e da Time Warner...Ok...E que possivelmente haverá uma certa conversa com a Globo.com e a Viacom...Ahan...

E eu com isso?

Bom, partindo do princípio que justamente hoje o Youtube lançou versões locais no Brasil, França Irlanda, Japão, Holanda, Polônia, Espanha e Inglaterra como parte (segundo eles) do primeiro passo para internacionalização do produto. Mas como assim, Bial?

O que a cana tem a ver com a rapadura?

Quer dizer amiguinho, que não teremos mais vídeos dessas empresas distribuídos por aí. Quer dizer que possivelmente a lei brasileira vai aterrisar diretamente no Youtube.com.br pra barrar qualquer tipo de quebra de direito autoral. Quer dizer que vc não poderá ver a Feira da Fruta nem os meninos imitando o Pânico atrás do repórter do jornal nacional. “Mas tudo isso é bobagem”! Pode ser, assim como os maiores sucessos do youtube, como Ruth Lemos e o vai tomar no c. Assim como boa parte do conteúdo desse site.

Ouvi também que esse controle (!!!) será feito com uma marca de identificação, como uma marca dágua, permitindo uma impressão digital no vídeo e consequentemente uma indexação ao usuário. Que nem a tal da DRM? Hummmm....

Domínio nacional, conteúdo indexado, possibilidade de rastreamento, tudo isso parece antecipar uma certa lei por aí. Será mesmo? Pode ser a fome misturada com duas xícaras de café extra forte. Paranóia regular, apenas isso.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Mais do projeto do Azeredo

O projeto de lei do deputado Azeredo tem previsão para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça, no senado, até final deste mês. Segundo Julio Semeghini (PSDB-SP) não existem motivos para adiar a votação. Haverá (tomara mesmo) uma audiência pública prevista pelo CCJ antes disso, mas ainda sem data definida. Somente depois disso é que o projeto será encaminhado para o plenário e posteriormente voltar para a câmara dos deputados.

Repito, a SaferNet está com uma petição online para transparência do projeto em questão.

http://www.safernet.org.br/petitioner/projeto_lei_azeredo/index.html

Ainda está extremamente confuso o conteúdo do projeto, confuso no sentido de amplitude de conceitos permitindo inúmeras brechas de ilegalidade moral na execução da lei.

Compreenda que não somos a China para vasculhar a rede atrás de subervisos tentando baixar bit torrent. Não somos criminosos por usar redes sem fio, nem terroristas usando VoIP. E acima de tudo, não somos a escória do mundo por usar o anonimato em prol da liberdade. Afinal, somos livres, não somos?

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Primeiro post e lei digital

Este é meu segundo blog, por questóes práticas o primeiro permanece como pessoal, este eu incluo textos mais específicos da minha iniciação de estudos de cibercultura e afins. Começo com um post repeteco do outro:

Creio que alguns de vcs já tenham ouvido falar do projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Aos que ainda não ouviram eis uma explicação simplificada do projeto arbitrário do senador:
O projeto da Lei Digital propõe "tipificar condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico, digital ou similares, de rede de computadores, ou que sejam praticadas contra rede de computadores, dispositivos de comunicação ou sistemas informatizados e similares", ou seja, propõe uma série de alterações (chamadas tipificações penais) em artigos do Código Penal e de outros códigos e atos normativos para combater os crimes praticados com a ajuda da informática e na Internet. Apesar da ênfase que a divulgação do projeto dá às tipificações de crimes como o roubo de senhas, a difusão de vírus, a falsificação de celular e de cartão de crédito, a Lei Digital cria formas de controle no acesso às informações que afetam a vida de todas as pessoas. Por exemplo, a Lei Digital dá amparo legal para que profissionais ou empresas de segurança da informação façam a interceptação de dados ou mesmo invadam outras redes em nome da legítima defesa. Além disso, os provedores de internet seriam obrigados a armazenar os dados de usuárias/os (os chamados logs, que identificam o usuário/a e seu histórico de navegação), disponibilizar estes dados às autoridades quando houver ordem judicial, além de denunciar à polícia indícios de crimes praticados pelos usuários/as, fazendo dos provedores uma espécie de polícia. Veja um trecho do que é considerado crime:

Art. 154-A. Acessar rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização do legítimo titular, quando exigida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, permite, facilita ou fornece a terceiro meio não autorizado de acesso a rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado.
§ 2º Somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos, agências, fundações, autarquias, empresas públicas ou sociedade de economia mista e suas subsidiárias.
§ 3º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se vale de nome falso ou da utilização de identidade de terceiros para a prática de acesso.
§ 4º Não há crime quando o agente acessa a título de defesa digital, excetuado o desvio de finalidade ou o excesso.

Ou seja, o projeto claramente delimita a liberdade e exclui o anonimato, exigindo uma autorização para usufruir da rede. Criaria uma situação de caos fascista sobre cidadãos comuns. Porquê? Porque geraria uma necessidade de vigilância sobre todos os pacotes da rede, caso contrário qualquer pessoa imune ao processo poderia ser tipificada como criminoso.

O que não se fala no projeto é que o mesmo contribui para, por exemplo, paralisar pacotes de voz sobre ip, invadir os computadores das pessoas com mecanismos de DRM, barrar a liberdade de navegação das pessoas com bloqueios indevidos de rede, identificar os internautas, sem sua autorização, para vigiá-lo e conhecer suas práticas de navegação na rede, invadir a caixa de e-mails alheios, etc. Tudo garantido como legítima defesa.

A grande questão acerca disso tudo é que a rede sempre foi baseada em três pontos básicos: liberdade, anonimato e troca. O projeto do senador tipifica como crime dois desses pontos e possibilita o fim do terceiro. Não sei como é viver em um regime autoritário. Sou jovem demais pra conhecer na pele esse sistema no Brasil. Mas por tudo que sei, definitivamente não quero perder a minha liberdade. Não sou terrorista por baixar mp3. Não sou vilã por ser anônima. Não sou perigosa por poder escolher quais sites vou visitar. E vc?


Aqui está o link para a petição ao senado federal pela transparência do projeto.

http://www.safernet.org.br/petitioner/projeto_lei_azeredo/index.html